Inovar é sempre necessário?

Caroline Brasil (*)

Diariamente, escutamos ou lemos que a inovação está em alta nos negócios e apenas as empresas inovadoras se manterão no mercado. Mas será que é isso mesmo?

A inovação será válida e importante em dois cenários: o produto ou serviço oferecido pela empresa se tornou obsoleto; ou quando o cliente está disposto a experimentar a inovação proposta. De nada adianta a empresa decidir inovar se o cliente está satisfeito e não compartilha do mesmo sentimento. Caso a empresa, nessa circunstância, opte por uma inovação radical, pode perder clientes e, dependendo do seu porte, pode ser difícil reconquistar.

Agora, você deve estar se perguntando: como saber e não ficar para trás? Logicamente, não existe uma resposta única a essa pergunta, mas, em geral, as soluções estarão em conhecer o seu público-alvo e o seu mercado. Ferramentas de marketing, tecnologia, feedback e pesquisas são muito úteis para isso. Além de um bom investimento em marketing de relacionamento com cliente.

Pequenas nuances de alteração no comportamento podem indicar o momento de se optar por uma inovação na empresa, no produto ou no serviço. Agora, enquanto isso não for percebido, mantenha seus esforços em realizar muito bem aquilo que é o foco de sua empresa e em buscar a excelência. Muitas vezes isso é suficiente para a manutenção de bons resultados.

Da mesma maneira, quando falamos em inovação na gestão, deve-se ter esse mesmo olhar para os colaboradores e a cultura organizacional. Só realizar a inovação quando se perceber que a maioria na empresa está apta a acompanhar, caso contrário, pode se tornar um tiro no pé e a inovação não ser aceita pelos colaboradores, gerando descontentamento.

Um exemplo: a empresa pode decidir abolir o uso de papel e migrar todos os seus processos e registros para os sistemas, de forma virtual apenas. Porém, se os colaboradores não estiverem familiarizados com a tecnologia, se possuírem hábitos de conferência de relatório física, podem sentir-se mal com isso e rejeitar a mudança. Nesse caso, antes de tudo, é necessário um cuidado extra: treinamento, palestras, capacitações e planejamento de adaptação gradual, para que todos, ou a grande maioria, percebam os ganhos disso.

Uma situação similar a isso aconteceu durante a pandemia, em que restaurantes passaram a adotar o cardápio virtual. Com o retorno à normalidade no setor, muitos mantiveram o cardápio dessa forma, pela agilidade, redução de custos e facilidade de atualização. Uma prática sustentável e ambientalmente adequada. Mas há uma parcela da população que defende alimentação sem celulares (necessários para a consulta ao cardápio virtual), ou até mesmo gosta do compartilhamento em conjunto das informações do cardápio físico para decisão. Essa nova forma de escolha pode nos levar a ficar ainda mais voltados ao nosso mundo virtual, esquecendo das companhias que estão conosco. Assim, qual a dica para esses restaurantes? Perceba e esteja atento ao comportamento do seu público para decidir se mantém virtual, volta com o impresso ou se passa a ter as duas opções de cardápio, por que não?

(*) Caroline Brasil é doutoranda em Sustentabilidade Ambiental e Urbana e coordenadora dos cursos de pós-graduação da área de Logística e Qualidade Uninter.

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on email
Email
Share on print
Print
Logo - Aberj (White)
A ABERJ é uma entidade centenária que atua a mais de 20 anos na plataforma e-learning, já realizamos treinamento de mais de 100 mil alunos através dessa ferramenta.

(21) 97211 -9428

Entre em contato
ENVIE SUA MENSAGEM
Nossa equipe irá responder brevemente sua mensagem
Copyright © 2023 Aberj Todos os direitos reservados